A Nossa Língua é Internacional

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O jogo das semelhanças e das diferenças: Sérgio Steiner

Alvo de ataques contra a língua

PGL - Do PGL propomos hoje um jogo consistente em encontrarmos semelhanças e diferenças entre as recentes declaraçons do jogador de futebol Sergio González (Desportivo da Corunha) e as do intelectual francês George Steiner. As manifestaçons de ambos aos jornais Depor Sport e El País, linguisticamente xenófobas, tenhem gerado um alargado debate na rede e, também, dado nas vistas a respeito do seu desconhecimento da língua e cultura galegas. O certo é que Sérgio Steiner parece ser o sonho tornado realidade para o espanholismo galego.

Sérgio González: o desportista

O actual jogador do Desportivo da Corunha e ex-jogador do Espanhol de Barcelona, disse numa entrevista publicada no domingo 10 de Agosto polo diário Depor Sport (entrevista na íntegra aqui, págs. 2-4), entre outras muitas coisas, que o catalám e o galego nom som idiomas mas «dialectos do castelhano, como o asturiano».

Sergio González afirmou também que embora tivesse nascido em Barcelona e vivido em L’Hospitalet durante muitos anos, nom falou nunca catalám, portanto falar agora galego na Galiza seria «uma falta de respeito», apesar de que afirma entendê-lo [o 'dialecto' galego]. De idiomas confessa conhecer bem só o castelhano, e afirma ter aprendido algumas noçons de inglês na escola.

Sergio diz, igualmente, que se sente orgulhoso de ser «catalám e espanhol» e que gosta de defender as camisolas das selecçons catalá e espanhola, mas recorda que é espanhol e que portanto «Espanha tem que estar unida». Manifesta-se também contrário ao casal homossexual («o homem é para a mulher e a mulher para o homem»).

George Steiner: o intelectual

O suplemento El País Semanal publicava neste passado domingo, 24 de Agosto de 2008, umha alargada entrevista com o filósofo, crítico literário e ensaísta, George Steiner, prémio Príncipe das Astúrias em 2001. O seu último ensaio, Os livros que não escrevi, tem a ver com a linguagem e, alegadamente, faz uma defesa das línguas minoritárias, algumas das quais imagina ele que devem ser excelentes para praticar sexo...

Na entrevista fica claro o desconhecimento de Steiner a respeito de muitos assuntos relacionados com a Galiza e o galego. Assim, o galego surge ao se mergulhar no problema basco, quando fala em que «esse idioma [o éuscaro] tam misterioso é muito raro, muito poderoso», e isso talvez faga com que «a essa gente [ETA] lhe resulta tam impossível aceitar o mundo exterior».

Quando o jornalista parece querer saber se realmente acha que a língua é a causa do problema basco, Steiner, dá um giro na conversa e, misturando alhos com bugalhos, fala em que «há umha universidade em Espanha em que é obrigatório falar em galego».

O jornalista, mais conhecedor do caso catalám, fala entom na Catalunha, mas Steiner espeta «mas nom me compare o catalám com o galego! O catalám é um idioma importante, com uma literatura impressionante. Mas o galego, por que tem de ser obrigatório numha universidade?». Precisamente, estas declaraçons obtiveram já resposta da Asociación de Escritores en Lingua Galega (AELG), que critica «o desconhecimento tam elevado da nossa literatura» por parte do intelectual francês a advoga por impulsionar «as estruturas estáveis já existentes» para espalhar polo mundo a literatura e cultura galegas.

Voltando à entrevista, o caso galego parece ser o alvo para Steiner explicar o «ódio étnico como o que existe nos Balcás». Ou ainda, «repare também no que está a ocorrer na Bélgica!», afirma.

Steiner salienta, igualmente, que vive, escreve e pensa em quatro idiomas e que considera a traduçom simultânea como um orgasmo. De facto no seu livro, cuja ediçom em galego (português) podemos encontrar editado pola Gradiva Publicações, relata, entre outras coisas, a suas experiências do sexo em línguas diferentes.

E a entrevista continua...

2 pingas caídas nesta terra:

Carvalhais disse...

A semelhança está bem clara: a ignorância de ambos os dous!

Anónimo disse...

Este xogador, ademáis de pésimo no terreo de xogo, morde a man de quén lle da de comer. Non é un obreiro nin é galego; nin tan sequera presume de catalán...que se pode esperar???. Un saúdo, O Mouro

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